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Mostrando postagens de março, 2009

Gritando por silêncio???

A revista Época São Paulo do mês de março tem uma matéria interessante chamada "Gritando por silêncio". Se você não leu, a íntegra da reportagem está aqui: http://migre.me/g18 Em resumo, o artigo fala de um movimento iniciado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, contra os barulhentos da madrugada. Moradores do bairro criaram algo chamado "Movimento Guerrilheiro πsil", que propõe que as pessoas que fazem barulho de madrugada sejam alvo de represálias na forma de bexigas cheias de água. Nenhum dos líderes se identifica, e divulgam o movimento num blog vizinho daqui: http://www.pissil.blogspot.com/ , onde chegam a insinuar que as bexigas podem ser enchidas também com urina. Fui dar uma olhada por lá e de cara já fiquei meio bronqueada, porque declaram que combatem "gritos de gordas histéricas, bêbados sem noção e buzinaços desnecessários". Senti um certo clima de machismo e de preconceito em relação às pessoas gordas, e fiz questão de deixar meu comentário

Gritando por silêncio???

A revista Época São Paulo do mês de março tem uma matéria interessante chamada "Gritando por silêncio". Se você não leu, a íntegra da reportagem está aqui: http://migre.me/g18 Em resumo, o artigo fala de um movimento iniciado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, contra os barulhentos da madrugada. Moradores do bairro criaram algo chamado "Movimento Guerrilheiro πsil", que propõe que as pessoas que fazem barulho de madrugada sejam alvo de represálias na forma de bexigas cheias de água. Nenhum dos líderes se identifica, e divulgam o movimento num blog vizinho daqui: http://www.pissil.blogspot.com/ , onde chegam a insinuar que as bexigas podem ser enchidas também com urina. Fui dar uma olhada por lá e de cara já fiquei meio bronqueada, porque declaram que combatem "gritos de gordas histéricas, bêbados sem noção e buzinaços desnecessários". Senti um certo clima de machismo e de preconceito em relação às pessoas gordas, e fiz questão de deixar meu comentário

Bem-vinda à Psiulândia, Adriana Calcanhoto!

Numa noite dessas, estive zapeando pela TV e me deparei com uma entrevista da Adriana Calcanhoto ao Alex Lerner, no episódio 31 do programa Por trás da fama , no Multishow. Lá pelo final da entrevista, o entrevistador pergunta: "Você já teve essa sensação de que tem muita música no mundo?" E a resposta dela é ótima: "Tenho, total, total! Música no elevador, música no café da manhã... Você vai num hotel, qualquer hotel do Brasil, você vai tomar café da manhã, tem música, às 8 horas da manhã, tem música animada! No avião tem música. Eu acho demais. Eu não entendo o motivo. Eu acho que é mais o medo do silêncio do que desejo real de ouvir música. Posso estar sendo ranzinza, provavelmente estou, mas não consigo pensar de outra maneira." Não é mesmo uma observação digna deste blog? E ela usa, inclusive, a palavra que é o nosso subtítulo: "ranzinza"! Adorei! Mas meu trecho favorito é um pouco antes disso, quando ela diz "Eu acho que é mais o medo do silênc

Bem-vinda à Psiulândia, Adriana Calcanhoto!

Numa noite dessas, estive zapeando pela TV e me deparei com uma entrevista da Adriana Calcanhoto ao Alex Lerner, no episódio 31 do programa Por trás da fama , no Multishow. Lá pelo final da entrevista, o entrevistador pergunta: "Você já teve essa sensação de que tem muita música no mundo?" E a resposta dela é ótima: "Tenho, total, total! Música no elevador, música no café da manhã... Você vai num hotel, qualquer hotel do Brasil, você vai tomar café da manhã, tem música, às 8 horas da manhã, tem música animada! No avião tem música. Eu acho demais. Eu não entendo o motivo. Eu acho que é mais o medo do silêncio do que desejo real de ouvir música. Posso estar sendo ranzinza, provavelmente estou, mas não consigo pensar de outra maneira." Não é mesmo uma observação digna deste blog? E ela usa, inclusive, a palavra que é o nosso subtítulo: "ranzinza"! Adorei! Mas meu trecho favorito é um pouco antes disso, quando ela diz "Eu acho que é mais o medo do silênc

Pedofilia e batatas fritas

Acho que vou comprar uma briga com muita gente, mas vou dizer: odeio gente que come no cinema! Pronto, falei! Hoje fui assistir ao lindo e tenso "Dúvida", com Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams, entre outros. O filme trata de um tema muito complicado: a possibilidade de o padre que é superior de uma escola ser pedófilo e ter mantido relações com o único aluno negro da turma. Enquanto o filme se desenrolava na tela, com atuações ótimas dos atores e uma tensão crescente na narrativa, a garota que estava à minha frente comia seu sanduíche do McDonald´s com batatas fritas, mostarda e catchup. Ao lado dela, o namorado devorava um daqueles sacos gigantes de pipoca amanteigada. Tudo devidamente regado a baldes de refrigerante e com trilha sonora de sacos de papel sendo manuseados e de dentes mastigando pipocas e batatinhas. Não tem coisa melhor pra quebrar o mágico envolvimento com um bom filme do que cheiro de BigMac e barulho de pipoca bem crocante sendo mastigada de

Pedofilia e batatas fritas

Acho que vou comprar uma briga com muita gente, mas vou dizer: odeio gente que come no cinema! Pronto, falei! Hoje fui assistir ao lindo e tenso "Dúvida", com Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams, entre outros. O filme trata de um tema muito complicado: a possibilidade de o padre que é superior de uma escola ser pedófilo e ter mantido relações com o único aluno negro da turma. Enquanto o filme se desenrolava na tela, com atuações ótimas dos atores e uma tensão crescente na narrativa, a garota que estava à minha frente comia seu sanduíche do McDonald´s com batatas fritas, mostarda e catchup. Ao lado dela, o namorado devorava um daqueles sacos gigantes de pipoca amanteigada. Tudo devidamente regado a baldes de refrigerante e com trilha sonora de sacos de papel sendo manuseados e de dentes mastigando pipocas e batatinhas. Não tem coisa melhor pra quebrar o mágico envolvimento com um bom filme do que cheiro de BigMac e barulho de pipoca bem crocante sendo mastigada de

A gente não sabe nunca ao certo onde colocar o desejo...

A frase acima é da música "Pecado original", de Caetano Veloso, e eu acho que ela se aplica perfeitamente ao tema do post de hoje: escapamentos. Quem de nós nunca precisou parar uma conversa porque o som de um escapamento furioso ensurdeceu os que tentavam escutar a voz humana que falava? Embora ônibus e caminhões também às vezes ultrapassem o limite do bom senso sonoro, carros e motos são os principais vilões nessa história. Aliás, os verdadeiros vilões são os donos de carros e motos. Enquanto a indústria procura fazer veículos cada vez mais silenciosos - pelo menos é o que eles dizem - alguns motoristas e motoqueiros parecem nunca se satisfazer em ir de um lugar ao outro sem fazer com que todos saibam que eles estão passando. E aí valem todos os truques que são sobejamente conhecidos dos barulhentos de plantão: eliminar o silenciador, "abrir o escapamento" (seja o que isso for), trocar o escapamento original por um "esportivo" (idem)... O Código de Trâns

A gente não sabe nunca ao certo onde colocar o desejo...

A frase acima é da música "Pecado original", de Caetano Veloso, e eu acho que ela se aplica perfeitamente ao tema do post de hoje: escapamentos. Quem de nós nunca precisou parar uma conversa porque o som de um escapamento furioso ensurdeceu os que tentavam escutar a voz humana que falava? Embora ônibus e caminhões também às vezes ultrapassem o limite do bom senso sonoro, carros e motos são os principais vilões nessa história. Aliás, os verdadeiros vilões são os donos de carros e motos. Enquanto a indústria procura fazer veículos cada vez mais silenciosos - pelo menos é o que eles dizem - alguns motoristas e motoqueiros parecem nunca se satisfazer em ir de um lugar ao outro sem fazer com que todos saibam que eles estão passando. E aí valem todos os truques que são sobejamente conhecidos dos barulhentos de plantão: eliminar o silenciador, "abrir o escapamento" (seja o que isso for), trocar o escapamento original por um "esportivo" (idem)... O Código de Trâns